segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Algumas luas são escondidas, umas deixadas, outras esquecidas. Essa é aparecida! Uma lua não aparece para quem não quer vê-la, uma lua se expressa para quem tem amor no olhar e assim quer exergá-la. Um homem não se priva de ter a perfeição, mas um homem e sua perfeição jamais estarão insatisfeitos se a sua visão for a iluminação vinda da parte mais bonita do céu, onde júpiter se entrega a fazer companhia para ela que em qualquer momento poderá ser vista.

domingo, 26 de dezembro de 2010


O que algumas pessoas fariam se não pudessem virar, ao menos uma vez, de cabeça para baixo e enxergar dentro de si mesmo a contradição? Algumas coisas poderiam mudar, caso tal perspectiva não transpusesse a sua limitação. Estranho, não? Pois bem, certa vez alguém enxergou-se de cima para baixo e pôde encontrar-se de volta ao eixo, porque de certa forma, quem se encontra nesse lugar, é o próprio que vive fora dele.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Num mínimo silêncio que te distancia de quem te quer bem, pois é nele que você se encontra com o sonho mais alto pintado lá no horizonte, montado a cada instante, inspirado por um amante. Nessa manhã nascerá um rei que poderá subir até o céu e arrancar de lá o sorriso mais esperado da montanha; nessa manhã caberá ao rei encontrar o seu presente fincado a cada passo nas terras que o encontra. O rei descansa, as cores o afagam, os arcos o alcançam e a montanha o espera. O teu passado se torna desafio e o futuro te aguarda com esse presente; pois então, sonhe enquanto lá fora a natureza te dá a oportunidade criada  em cores para que você escolha a que te move e que ao chegar lá no topo, enfim, te aprove.

domingo, 21 de novembro de 2010

A Arca do Fante


Ouvem-se ruídos - sinais da terra - tremores dentro dos ouvidos, captações de sons jamais reconhecidos. Embaixo de suas patas cabem calafrios e turbulências sombrias, algo inesperado e inquieto estava para acontecer.


As placas tectônicas se mexiam em ritmos frenéticos, tinham fome de mudança, tinham sêde de renovação, elas pareciam preferir se acomodar de uma forma mais pesada e tentavam encontrar seus lugares mais cômodos de um jeito ainda mais ameaçador no seu corpo mais profundo.

Ventos mudando de direção, o sol arriscando uma nova saliência e o mar desprovido de qualquer controle. Começa então a força energética vindo do fundo do oceano, força inesperada e aterrorizante, força orquestrada e agonizante.

Na terra segura, habitada por seres simbióticos, eis que surge o grande sensitivo, o salvador, o mais pensante e equilibrado dos seres silvestres, eis o Fante, um elefante. O rei da experiência, o misterioso voluntário da mata que vibra entre ondas de baixa freqüência e capta os mais impossíveis sons perceptíveis aos humanos.

Fante é o guerreiro salvador de seus vizinhos mamíferos, répteis, anfíbios, aves e insetos, ele tem o poder em suas patas que sentem forças vindo da terra e do ar penetrando em seu cérebro que pulsa por sinapses constantes e o avisa que algo com a Mãe Gaia está para acontecer.

Pouco tempo após sentir suas primeiras vibrações negativas, o fantástico elefante vai avisando por pegadas aos seus vizinhos que sentiu problemas na terra, que algo ali está errado e os encorajam para procurar um abrigo seguro antes que sejam sabotados pela própria natureza.

No ambiente seguro, bem longe do inferno potente e improvisado, Fante e seus vizinhos encontram lugar longe do estrago, longe do terrível e agitado oceano.

Fante salvou seus amigos porque soube ouvir o som da natureza, soube sentir e dar valor aos seus princípios, meticulosamente atravessou o caminho do cisma e entrou na era da esperança onde a possibilidade de uma tortura era sempre tomada por uma atitude realista. O elefante sensitivo criou sua própria “arca” e levou quem soube lhe dar ouvidos para um ambiente mais seguro, longe de toda fúria do mar gigante.

Enquanto seres humanos, desprovidos de sensibilidade que só sabem dar valor à coisas que vêem, foram amedrontados, sufocados, arrastados porque não souberam parar e prestar atenção na sua própria essência.

Humanos não reconhecem outra coisa senão seu próprio umbigo, não se conectam ao seu eixo, só reconhecem a freqüência de outras ondas, essas sim bem altas que misturam suas idéias e os deixam indisponíveis para qualquer outro lamento.

Fante salvou seus amigos, outros seres conectados, que por mais que sejam considerados irracionais, souberam acreditar em seu companheiro e perceber que fugir da fúria das placas vingativas era a melhor coisa a se fazer para que sua população não fosse retirada a força desse planeta.

quinta-feira, 4 de março de 2010


Se a sensação de procurarmos no mundo toda a imensidão dessa alma, dentro de nós, no infinito de tudo; então encontramos um buraco no meio de tudo, partimos rumo ao nosso céu pra descobrirmos o nosso futuro.

Se, contudo, houver somente um furo dentro da nossa íntima nevasca, viveremos o nosso próprio Ser, sentiremos a nossa evolução ecoar, pois nossos pés irão tremer, o amor só irá crescer; teremos assim encontrado a essência de permanecermos nós.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Toda noite eu te lembro que as coisas que acontecem entre a aurora e o luar são prêmios seus,

te peço para respirar fundo enquanto fecha os olhos
para repousar a mente
organizar as coisas
relaxar o corpo
toda noite
toda noite te desejo bonsonhos
bons contos, bons cheiros
somos tontos
toda noite é de se falar de profundezas e suas riquezas
sentimentos escondidos que te decifro
despedidas em saltos de sumiço
literaturas guardadas, nós amarrados
gente em pedaços
toda noite me lembro de te guardar
porque nós somos a luz numa simples varanda
sentimos o prazer da ciranda
encontramos espaço, entranha
e mais, enquanto eu te lembro e você dorme
no dia seguinte,
o feitiço de áquila continua sem sombra estranha
a lua dorme protegendo a montanha

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A nuvem dilatada chorava um pingo ínfimo - gota de clamor, supunha eu - pois breve que seja um trovão, até mesmo nas nuvens maciças desperta peleja. De todo modo, esbravejando seu penhor, a nuvem sem colo continua a derramar seu pavor, a despejar seu suplício de cor cinzenta, fumaça intensa e um desinibido fado de relâmpago ensurdecedor.