quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Talvez eu tenha desejado demais te encontrar inteiro, primeiro, por perto. Quem sabe entre as poucas cores tu desejava encontrar-me, para prender-me entre fios e dentes, sabores quentes teus, luzes minhas e tuas; seres teus e nossos.

Que começo breve foi o vosso, que textura sêca é aquela, todas as luas guardadas, novas imagens ternas anunciadas, quereres imensos esperados.

Abrevio tua volta nos sonhos meus acordada, nas palavras longas escritas e nas tuas frases deixadas. Pra seguir-te entre os montes, chego a avaliar o tal cansaço pela subida em nuvens brancas e teu olhar bem fixo no horizonte. Meu passo segue o teu, tua mão pega a minha, minha vontade já é tua e teu retorno já é breve.

Porque dá alívio quando sei que são pequenas as horas, são belos os dias e é curta a viagem. De tempo em tempo fico a pensar: "que medo alegre, o de te esperar"

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

...É que através dos olhos deste, creio haver algo mais brilhante, um alguém mais atraente, um olhar mais penentrante. Penso em querer caminhar entre tuas palavras, entre tuas mãos, infinitos versos, portanto, já me prendo ao seu redor. Porque tu estás a contemplar cada instante, a verificar tua pose errante, pra que deste modo possa sentir-se, não obstante. Por tua parte branca, daquele olhar cravado sem raízes certas, posso ver adiante que nada se faz nublar, pois tudo contudo, é arte, arte esta de pegar, sentir; infiltrar.
primeiro tu começas a respirar
aos primeiros olhares, pensas em voltar
nem que seja pela última vez
pensas em sonhar

porque tu queres o mundo
e mal conheces coisas dele

depois tu sonhas em querer
aos segundos goles, pensas sem sofrer
nem que seja pela primeira vez
faças tudo por passos a valer

porque tu queres o mundo
e mal conheces coisas dele

quando chegares enfim
terás perto de ti novos rumos
nada daquele antigo fundo
só o mundo e o que tu possui dele
menino espertalhão
cheio de dança
cheio de lança
segura teu corpo, olha a esperança

você sái da cerca a procurar seu espaço
olha lá adiante sem se ver confinado
abre teu sorriso, mostra-se aliviado

porque teu ninho é nicho
teu bicho é o do lado
teu mar é sêca, gota de areia
brincadeira que quebra à força de estalo